As alergias alimentares em crianças são sem dúvida alguma, um fator de preocupação para os pais. Pode ser que sua filha tenha desenvolvido uma urticária ou erupção pruriginosa, ou seu filho talvez tenha problemas digestivos como dor abdominal, vômito ou gases.
É fácil perceber que ser uma criança com alergias não é fácil: ter que ficar dentro de casa em dias bonitos de primavera ou não poder comer bolo em festas de aniversários. Sendo assim, essas crianças precisarão de apoio total de seus pais, cuidadores, familiares e amigos que entendam e respeitem suas limitações.
Ser pai ou mãe de uma criança com alergias pode ser muito difícil. Isso pode implicar dizer “Não” para restaurantes, “Não” para ter um bichinho de estimação, “Não” para brincar na casa de um novo amigo.
Diferença entre alergias alimentares e intolerância alimentar
A principal diferença entre alergia e intolerância alimentar é o tipo de resposta que o organismo oferece quando entra em contato com determinado alimento.
Na alergia, a resposta imunológica é imediata, ou seja, o organismo cria anticorpos como se o alimento fosse um agente agressor e por esse motivo os sintomas são generalizados. Já na intolerância alimentar, o alimento é digerido corretamente e, dessa maneira, os sintomas surgem especialmente no sistema gastrointestinal.
As alergias são mais comuns na infância, enquanto a tolerância normalmente se manifesta em crianças maiores e adultos. Por exemplo, enquanto o intolerante pode consumir derivados do leite em pequenas quantidades sem nenhum tipo de reação, o alérgico a leite deve ter a sua dieta totalmente isenta de toda e qualquer proteína do alimento.
Sintomas e causas de alergias alimentares
As reações alérgicas são ativadas quando o corpo começa a produzir anticorpos para as proteínas dos alimentos. Uma grave reação alérgica, com dificuldade na respiração e até mesmo entrar em choque, pode ser uma emergência com risco de vida.
Felizmente a maioria dessas reações não são graves, e os sintomas podem incluir: manchas vermelhas, vômitos, diarreia, urticária e outras erupções cutâneas, chiado no peito e coriza.
O leite é a causa mais frequente de reações alérgicas em crianças menores. Aproximadamente entre duas ou três crianças em cada cem, são afetadas pela alergia ao leite de vaca. A boa notícia é que cerca de 95% delas superam esse problema até os quatro anos de idade.
Alergias a mariscos, clara de ovos e nozes estão entre as segundas causas mais comuns. As reações a esses alimentos são menos propícias a desaparecerem conforme a criança cresce, podendo persistir ao longo da vida.
O amendoim é outra causa comum de reações alérgicas. Eles não são precisamente oleaginosas, são leguminosas, como as ervilhas, por esse motivo, muitas vezes as crianças que são alérgicas a amendoim não são a amêndoas, nozes ou outros frutos secos verdadeiros.
O que fazer em caso de suspeita de alergia?
Se você suspeitar que seu filho tem uma alergia ou intolerância, consulte o seu profissional de saúde. Não faça seu próprio diagnóstico. Alergias alimentares podem ser complexas. Se o seu filho tiver algum tipo de alergia mais significativa, você precisa estar plenamente informada sobre o conteúdo dos alimentos processados.
Veja, abaixo, algumas informações importantes que você precisa ter em mente:
Sorvete de frutas e margarinas contém proteína do leite, a chamada caseína, e seu filho precisa evitar alimentos com caseinato;
O glúten pode estar embutido no extrato de baunilha, proteína hidrolisada e no ketchup;
As crianças que são intolerantes à lactose podem beber leite sem lactose;
Verifique se seu filho recebe cálcio suficiente de outras maneiras, caso ele não possa tolerar muitos produtos lácteos. O suco de laranja enriquecido com cálcio pode substituir um pouco de leite, por exemplo.
Procure ajuda profissional
Você pode necessitar consultar um nutricionista pediátrico para ter certeza de que seu filho mantenha uma dieta balanceada, enquanto forem necessárias algumas restrições
Se o seu filho tiver o potencial para uma reação alérgica grave, o médico poderá prescrever uma receita de epinefrina especial, contendo adrenalina para uso imediato em caso de reação grave.
Sempre mantenha uma dessas seringas espalhadas por vários lugares: no carro, na creche, e principalmente em casa. Assegure-se de todos saberem como utilizá-las e substituí-las quando estiverem com prazo de validade expirado.
Professores de pré-escola, cuidadores, amigos e outros membros da família que alimentam o seu filho, devem estar cientes do que deve ser feito no caso de alergias alimentares em crianças e suas reações, para se precisarem, saberem como agir.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como pediatra em Belo Horizonte!