Embora seja algo natural e intuitivo, nem sempre amamentar é simples. Especialmente nos dias de hoje, onde a vida moderna e agitada tem feito com que as mulheres se afastem da naturalidade com que a amamentação era vista antes.
Além disso, as dificuldades, sobretudo durante a fase de recém-nascido do bebê, são muitas. Por isso, não é incomum que muitas mães desistam de amamentar seus filhos.
A falta de informação e de apoio por parte de amigos e familiares também influencia bastante nessa questão.
Inclusive, aqui no Brasil, o tempo médio de amamentação exclusiva, ou seja, quando o leite materno é o único alimento oferecido ao bebê, é de 54 dias, enquanto o tempo recomendado pela (OMS) é 6 meses.
Dificuldades mais comuns da amamentação
Os problemas que amamentação pode apresentar, felizmente são conhecidos e a experiência de outras mães pode ajudar bastante a solucioná-los.
Veja, a seguir, duas dessas principais dificuldades:
1- Dor
É fato que amamentar pode causar dor. E por diversos motivos, que vão dos seios muito cheios aos bicos rachados.
O ingurgitamento mamário, que consiste no acúmulo de leite nas mamas, geralmente, ocorre na época da descida do leite (apojadura), podendo evoluir para uma mastite.
A pega adequada é o ideal, e para que isso aconteça, o bebê precisa manter a boca bem aberta e o mamilo ser direcionado ao céu da boca da criança. O bebê deve ser incentivado a pegar mais a parte de baixo da aréola do que a de cima.
Isso, relacionado a um bom fluxo de leite, possibilita que o bebê faça sucções efetivas, isto é, ele consegue retirar uma quantidade adequada de leite. Ademais, a mamada se torna mais confortável.
Como aliviar a dor?
Mas, e quando os seios estão doloridos e rachados, o que fazer? A primordial atitude quando as mamas ficam feridas é analisar a causa que levou isso a ocorrer e ajustar a pega do bebê o mais breve possível.
De maneira geral as pomadas não são aconselhadas, pois o seu uso pode obstruir os ductos mamários, além de causar uma sensibilidade maior na região.
O laser de baixa potência é uma ferramenta nova e bastante promissora com evidências científicas comprovadas, que otimiza o processo de cicatrização.
É fundamental que a mãe esteja alerta no momento das mamadas. Se as mamas estiverem muito cheias, ela deverá fazer uma massagem e retirar um pouco do leite, de modo que as mamas continuem cheias, porém, mais macias.
Sendo assim, a pega do bebê acontecerá de maneira adequada, tornando a mamada eficiente, sem dor e com esvaziamento adequado dos seios.
2- Pouco leite
A sensação de pouco leite é a principal causa de desmame precoce no mundo. Muitas mulheres ouvem que o seu leite é fraco e que devem ter pouco leite, quando o bebê não para de chorar.
Existem algumas situações específicas em que a produção de leite pode acontecer, como a hipoplasia mamária, que consiste numa condição anatômica, originada de uma malformação congênita em que a mama não se desenvolveu de forma adequada.
Entretanto, não existe leite fraco. O que pode ocorrer é um desequilíbrio causado quando a criança não suga de forma adequada ou quando a livre mamada não é respeitada.
Isto é, quando se impõem restrições de horários paras as mamadas ou mesmo o uso de bicos artificiais, como chupetas, mamadeiras e bicos intermediários.
Isso também pode ocorrer quando a pega não está sendo efetiva, o que interfere na retirada do leite pela sucção do bebê, que é o “botão de partida” para que o organismo materno produza o leite de acordo com a necessidade.
Por esse motivo, o uso de bicos artificiais para bebês que estão ainda em fase de aleitamento materno exclusivo não é aconselhado.
A dica é respeitar sempre a amamentação em livre demanda e ficar sempre em posições confortáveis, tendo a certeza que o bebê também esteja em uma posição que facilite uma pega correta, com sucção efetiva.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como pediatra em Belo Horizonte!