De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a pneumonia em crianças mata quase 2 milhões de indivíduos com menos de 5 anos de idade a cada ano, sobretudo nos países mais pobres. Em países subdesenvolvidos, 30% das crianças são hospitalizadas graças a essa doença, e a taxa de mortalidade se encontra entre 5% e 10% desses casos. No Brasil, as doenças do pulmão matam cerca de 13% das crianças entre 1 e 4 anos.
Os números são assustadores. Isso acontece porque o sistema imunológico dos pequenos ainda está em desenvolvimento. Dessa forma, são mais suscetíveis às infecções e ao agravamento do quadro.
O que é pneumonia
A pneumonia é uma infecção que se dá nas vias aéreas e nos pulmões. Pode ser causada por agentes como fungos, bactérias ou vírus. Em algumas situações, pode atingir também a cavidade entre as pleuras, aquelas membranas que envolvem os pulmões. Quando isso ocorre, há o acúmulo de líquido ou pus nesse espaço, provocando um derrame pleural.
Causas da pneumonia em crianças
A infecção dos pulmões decorre da interação dos agentes infecciosos com a criança. No caso da pneumonia viral, a contaminação pode se dar apenas quando há contato entre a criança e o vírus, que pode ser transmitido de pessoa para pessoa ou pelo ar.
A transmissão dos vírus que provocam pneumonia não ocorre facilmente. Assim, esse é um agente infeccioso mais raro.
Já a pneumonia bacteriana é mais comum. Acontece muitas vezes após uma infecção de garganta ou uma gripe, por exemplo. Nesses casos, a criança acaba inalando secreções contaminadas por bactérias, as quais vão para o pulmão. Daí, os alvéolos pulmonares podem ser atingidos, desencadeando a pneumonia.
As pneumonias fúngicas ocorrem particularmente em crianças com imunodeficiência. Esse é o tipo mais raro. Nesse caso, o fungo atravessa as defesas do organismo e invade o pulmão.
Alguns fatores de risco contribuem para que as crianças desenvolvam a doença. Só para exemplificar: baixo peso no nascimento ou desnutrição em crianças; falta de aleitamento materno; deficiência de vitamina A; poluição ambiental e exposição à fumaça de cigarro.
Diagnóstico da pneumonia
O diagnóstico da infecção começa com a análise dos sintomas. Quando há suspeita de pneumonia, o médico pode pedir alguns exames para concluir a avaliação com exatidão. Geralmente, pede-se o raio-x do tórax para identificar a infecção e a extensão desta.
Tratamento
Grande parte das pneumonias são originadas da contaminação por bactérias: pneumococo (Streptococcus pneumonae), hemophilus (Haemophilus influenzae) e, mais raramente, Staphylococcus aureus. Os vírus mais comuns que provocam a doença são o vírus respiratório sincicial (VRS), o influenza (vírus da gripe), o parainfluenza e o adenovírus.
O tratamento é, via de regra, feito com antibiótico, de acordo com as orientações do pediatra ou pneumologista.
Se o quadro da criança estiver bom, poderá realizar o tratamento em casa, com supervisão do médico. Nesses casos, administra-se antibiótico por via oral, conforme a necessidade.
Em situações em que o quadro da infecção é mais rigoroso ou em que a criança apresenta piora durante o tratamento em casa, deve-se optar pela internação hospitalar, para que ela possa tomar antibiótico intravenoso e receber outros cuidados essenciais, como hidratação, administração de oxigênio, broncodilatadores e fisioterapia respiratória.
A pneumonia em criança é uma condição perigosa e que exige muita atenção dos pais. A melhor maneira de preveni-la é a manutenção rígida do calendário de imunização da criança, sobretudo quanto às vacinas obrigatórias.
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