Apesar das informações disponíveis na internet, existem grandes diferenças entre ter alergia a medicamentos e ter uma reação adversa a eles.
Essa é uma confusão comum no uso da dipirona, por exemplo, em que o desconforto estomacal é um efeito adverso e não uma alergia.
Neste artigo, você vai entender como se caracteriza um quadro real de alergia aos fármacos.
Assim como os sintomas mais recorrentes e como o diagnóstico é confirmado. Por isso, continue a leitura e entenda tudo sobre o assunto.
O que é a alergia medicamentosa?
É a presença de efeitos colaterais indesejados após o uso de medicamentos. Contudo, para ser considerada uma alergia, a reação do organismo precisa ser de natureza imunológica.
O grupo de medicamentos que tem maior incidência nos casos de reações alérgicas é o das penicilinas. A amoxicilina e a benzetacil são exemplos de antibióticos que integram esse grupo.
Como qualquer outro medicamento, existem os efeitos colaterais que são provocados pelas penicilinas e que não são alérgicos, tais como mal-estar, queimação no estômago, diarreia e dor de barriga.
Por isso, é importante que o diagnóstico seja realizado de maneira correta e que o paciente esteja atento aos sintomas apresentados pelo uso do medicamento.
Por que acontece?
A alergia a medicamentos ocorre por um erro de interpretação do sistema imunológico, que percebe a substância como um agente que irá provocar dano ao organismo.
Esse tipo de falha em nosso sistema de defesa pode ocorrer a qualquer momento, ou seja, você já pode ter usado determinado medicamento várias vezes, sem apresentar qualquer sintoma, e de repente desenvolver reações alérgicas a ele.
Os antibióticos e anti-inflamatórios são os fármacos que mais produzem reações nos pacientes.
Quais são os sintomas da alergia a medicamentos?
Existem quatro diferentes tipos de reações alérgicas a medicamentos. Todavia, uma única categoria de fármaco pode provocar mais de um mecanismo imunoalérgico. As reações são as seguintes:
Reação imediata tipo I: produzida pelo anticorpo IgE, é caracterizada pela presença de rinite, asma, urticária, angioedema e anafilaxia no paciente imediatamente após o uso do medicamento.
Reação tipo II: essa é deflagrada pelo anticorpo IgM ou IgG e pode afetar a pele, os pulmões, o fígado, os músculos, os nervos periféricos e as células sanguíneas, causando anemia hemolítica, redução das plaquetas e nefrite intersticial.
Reação tipo III: está relacionada à formação de um complexo antígeno-anticorpo que pode provocar lesão no tecido. As reações mais frequentes são febre, urticária, presença de gânglios, inflamação das articulações e vasculite.
Reação tipo IV: essa reação ocorre quando os linfócitos T ficam sensibilizados e produzem linfocinas, como a dermatite de contato.
Como diagnosticar a alergia a medicamentos?
Para que haja uma avaliação médica do seu quadro, você precisa estar atento aos sintomas apresentados. Geralmente, essas reações se iniciam logo após o início de um tratamento medicamentoso.
Os alergistas são os profissionais especializados no assunto. Em crianças, o pediatra está habilitado a realizar o exame e tratamento.
Para confirmar o diagnóstico, o médico precisa conhecer o histórico clínico do paciente.
Ele também fará exames da pele, das mucosas, do nariz e dos pulmões do paciente para que consiga avaliar a extensão da alergia. Existem testes cutâneos que auxiliam na descoberta dos agentes causadores do quadro alérgico.
Caso haja uma relação das reações com a penicilina, o médico poderá solicitar a realização de testes sanguíneos (RAST). Em casos graves, haverá uma análise mais profunda de outros órgãos, tais como fígado, rins e pulmões.
Então, caso perceba, em você ou em seus filhos, a presença de sintomas que indiquem alergia a medicamentos, procure auxilio profissional.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter. Ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto.
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